
ENTULHO .:.
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
domingo, 5 de dezembro de 2010
moléstia
com o frio
que tem feito,
que tem feito,
a moléstia
acabou por socumbir
aos quintais.
assim,
num só gesto,
tudo é abatido.
só o coitado do pó
(pouco mais que esperança vã)
se tem mantido de pé
com a imunidade
que ninguém dispõem.
mas afinal de contas,
qualquer pó
pode ser soprado
borda fora...
sábado, 4 de dezembro de 2010
ao som da summertime de Booker T & the MG's
miserável,
é a tentação do ser
que nos repudia
dia após dia.
sensação tardia
de que o animalesco
é vida
e não mal dizer grotesco.
cobardia,
seria dizer pouco,
quando há tanto para exclarecer.
miserável,
é a constatação banal
de que o amor é fodido.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
soldado
é tempo de guerra
e de acontecimentos adversos.
as ruas estão caóticas,
as pessoas em constante alvoroço,
com exigências de uma vida normal.
no meio de todo o alarido,
existe um moço
apático ao que o rodeia.
só.
sozinho mas nunca solitário,
era o lema deste soldado,
escondido por entre escombros
com medo de qualquer coisa
que no fundo não passa de aragem rasteira.
de arritmia e de reles caganeira.
a determinado momento
o esfumaçado de cinzas e poeira
deixou de aparecer ao raiar do sia,
deixando passar a luz da calmaria
por entre o betão desmanchado.
agora sim,
o soldado pode levantar-se
e limpar os despojos de guerra
e finalmente deixar cair a máscara.
pois, apesar de todo o teatro
nada era óbvio,
mas sim, claramente subentendido.
terça-feira, 2 de novembro de 2010
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
sem título
Por mais que o tempo passe,
O estômago não deixa de apertar,
Atormentando e atrofiando
Todos os músculos fétidos
Que vibram com a esguia aragem.
Apesar de tudo,
Continuam cúmplices
Estes sentimentos esquecidos
Debaixo do tapete,
Como quem esconde
O pó negro doutros tempos
Na esperança de ninguém
notar a diferença.
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