quinta-feira, 21 de outubro de 2010

sem título

Por mais que o tempo passe,

O estômago não deixa de apertar,

Atormentando e atrofiando

Todos os músculos fétidos

Que vibram com a esguia aragem.

Apesar de tudo,

Continuam cúmplices

Estes sentimentos esquecidos

Debaixo do tapete,

Como quem esconde

O pó negro doutros tempos

Na esperança de ninguém

notar a diferença.

domingo, 17 de outubro de 2010

é, não é?

por mais que esta rua se tece
por cantos e recantos
é quase certo
que de uma forma ou doutra
ela acabe por se desfazer numa praça.
nesta praça,
concretamente ou geralmente
acontecem coisas que nunca se passaram.
tudo não é mais que pura ilusão ou devaneio.
o que é granito ao toque,
converte-se em brancas orquideas vietenamitas,
o que é cal a vista,
não passa de madeira queimada fumegante.
nada é real.
o real, simplesmente não o é.
tudo depende da vontade própria,
tornando qualquer rio, em delta,
a base de uma pirâmide, em cume.
a chave da questão
está na falta de sentido do sentido,
tranformando tudo o que parece mais rico e vistoso
em pobre e morto,
sem se recorrer a paradoxos ou antíteses.
o que é, não é.
o que não é, é-o demasiado.

sábado, 16 de outubro de 2010

não consigo dizer nada

não consigo dizer nada.
não consigo escrever nada.
o receio e a imparcialidade são tão grandes
que o meu castigo é a penuria do silêncio.
se eu tivesse juizo
seria tudo bem mais facil.
se eu tivesse juizo
não haveria adrenalina.
a verdade,
é que isto doi que farta
e não é qualquer machado
que corta estas raízes.

é hoje

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

sobre o apocalipse

quando a mente
não se move.
quando o corpo
não pensa.
quando o sol
só sai à noite
e a lua
se mostra de dia.
quando as lampadas
aparecem penduradas no chão
e o mobiliario poisado no tecto.
quando tudo isto acontecer,
tudo o que é
deixará de o ser.

#0

é hora de renascer.
é hora de começar tudo do início.
e se continuar tudo na mesma?
volta-se a errar até que saia tudo como deve de ser.