domingo, 17 de outubro de 2010

é, não é?

por mais que esta rua se tece
por cantos e recantos
é quase certo
que de uma forma ou doutra
ela acabe por se desfazer numa praça.
nesta praça,
concretamente ou geralmente
acontecem coisas que nunca se passaram.
tudo não é mais que pura ilusão ou devaneio.
o que é granito ao toque,
converte-se em brancas orquideas vietenamitas,
o que é cal a vista,
não passa de madeira queimada fumegante.
nada é real.
o real, simplesmente não o é.
tudo depende da vontade própria,
tornando qualquer rio, em delta,
a base de uma pirâmide, em cume.
a chave da questão
está na falta de sentido do sentido,
tranformando tudo o que parece mais rico e vistoso
em pobre e morto,
sem se recorrer a paradoxos ou antíteses.
o que é, não é.
o que não é, é-o demasiado.

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